Contratação temporária ou PJ na saúde: entenda os direitos, diferenças e riscos
Introdução
Quando surge uma proposta de trabalho em hospitais ou clínicas, profissionais da saúde, como enfermeiros, técnicos, auxiliares e médicos, costumam ouvir duas opções: contratação temporária (CLT) ou prestação de serviços como pessoa jurídica (PJ). Mas afinal, qual é a diferença entre essas modalidades? O que muda nos seus direitos, remuneração e rotina de trabalho? Entender cada vínculo é fundamental para tomar uma decisão segura e alinhada ao seu perfil profissional.
Neste artigo, você vai aprender:
- O que é contratação temporária na saúde
- Como funciona ser profissional PJ na saúde
- Direitos e obrigações em cada modalidade
- Vantagens e desvantagens de cada formato
- Os riscos de cada vínculo e como escolher o melhor para você
Continue lendo para tomar a melhor decisão para sua carreira!
1. O que é contratação temporária na saúde?
A contratação temporária, regulamentada pela Lei 6.019/1974, é usada para atender necessidades transitórias nos serviços de saúde, como substituir profissionais em licença, aumento temporário de demanda (campanhas, epidemias), ou projetos específicos.
Principais características:
- Prazo: até 180 dias, prorrogável por mais 90 dias (total de 270 dias)
- Registro em carteira: obrigatório, com recolhimento de FGTS e INSS
- Direitos: salário igual ao de efetivos, férias e 13º proporcionais, adicional de insalubridade/periculosidade, vale-transporte, entre outros benefícios previstos em acordo coletivo
- Possibilidade de efetivação: se houver vaga e interesse após o contrato
Fique atento: Contratos temporários sem registro em carteira ou que excedem o prazo legal podem ser reconhecidos como vínculo CLT permanente, garantindo todos os direitos de um funcionário efetivo.
2. Como funciona ser profissional PJ na saúde?
No modelo PJ, o profissional abre uma empresa (MEI, LTDA ou EIRELI) e emite notas fiscais pelos serviços prestados a hospitais, clínicas ou consultórios.
Características do modelo PJ:
- Sem registro em carteira: sem FGTS, férias ou 13º salário automáticos
- Gestão fiscal própria: precisa emitir nota, pagar impostos (Simples Nacional, Lucro Presumido etc.) e contribuir ao INSS como autônomo
- Autonomia: maior flexibilidade de horários, possibilidade de negociar valores e atender vários empregadores
- Riscos: não há proteção trabalhista automática; conflitos dependem de negociação contratual ou ação judicial
Alerta: Se houver subordinação (chefia, horário fixo, ordens diretas) e pessoalidade (você não pode enviar substituto), há risco do PJ ser considerado fraude, gerando ações trabalhistas e obrigações retroativas.
3. Direitos e obrigações: Temporário x PJ
| Aspecto | Contrato Temporário (CLT) | Prestador PJ |
|---|---|---|
| Registro em carteira | Sim | Não |
| FGTS | Sim | Não |
| Previdência | Empresa + empregado (INSS) | Pró-labore (INSS individual) |
| Férias e 13º | Proporcionais | Não existe |
| Adicional de insalubridade | Sim, conforme laudo | Só se previsto em contrato |
| Licença-maternidade/paternidade | Garantida | Não garantida |
| Seguro-desemprego | Não (temporário) | Não |
| Autonomia de agenda | Limitada | Alta |
| Gestão fiscal/contábil | RH da empresa | Escritório ou contador |
| Proteção em acidentes | CAT e estabilidade | Precisa de seguro próprio |
Resumo:
O contrato temporário traz segurança e benefícios legais; o PJ oferece flexibilidade, potencial de ganhos maiores, mas transfere mais riscos e responsabilidades para o profissional.
4. Vantagens e desvantagens
4.1 Vantagens do contrato temporário
- Direitos trabalhistas garantidos: FGTS, INSS, férias, 13º e benefícios previstos em lei
- Menos burocracia: RH da empresa faz toda a gestão de impostos e encargos
- Possibilidade de efetivação: bom desempenho pode abrir portas
- Proteção em acidentes de trabalho
4.2 Desvantagens do contrato temporário
- Prazo limitado: máximo de 270 dias, sem garantia de continuidade
- Menos flexibilidade: escalas e horários definidos pelo empregador
- Menor poder de negociação salarial
4.3 Vantagens do PJ
- Autonomia: liberdade para negociar valores, horários e atender múltiplos locais
- Potencial de rendimento maior: se tributos forem bem planejados
- Flexibilidade: você monta sua agenda e pode atuar em diversos projetos
4.4 Desvantagens do PJ
- Sem benefícios automáticos: férias, 13º, FGTS, estabilidade não existem
- Burocracia e custos: contador, impostos, emissão de nota e organização financeira
- Risco jurídico: se houver subordinação, pode gerar ações trabalhistas
- Sem proteção automática em caso de doença ou acidente
5. Como decidir: guia prático em 6 passos
- Calcule o valor líquido: some salário + férias + 13º + FGTS (temporário) e compare com honorário PJ já descontando impostos, INSS e contador
- Analise seu momento de vida: precisa de estabilidade e benefícios? Contrato temporário pode ser melhor
- Pense a longo prazo: quer trabalhar em vários lugares ou montar consultório? PJ traz mais liberdade
- Avalie a duração do projeto: para contratos curtos, talvez não compense abrir CNPJ
- Consulte especialistas: contador para tributos e obrigações, sindicato ou advogado para riscos trabalhistas
- Leia o contrato com atenção: veja cláusulas de valores, obrigações, prazos e multas
Dica bônus: Se a proposta for PJ, pergunte sobre autonomia, possibilidade de substituição e gestão de agenda e pagamentos.
Conclusão
Optar entre contratação temporária ou PJ na saúde exige reflexão sobre perfil, necessidades, segurança e objetivos de carreira. Não existe resposta única: cada modelo tem vantagens e desafios. Informe-se, calcule, compare e decida com consciência.
Continue aprendendo:
Dica final: compartilhe este artigo com colegas e salve para consultar sempre que receber uma proposta de trabalho. Informação é seu maior aliado!







