Você coloca sua vida em risco todos os dias no trabalho — seja lidando com fios de alta tensão, abastecendo veículos com combustíveis inflamáveis, pilotando uma moto pelas ruas ou atuando na segurança de outras pessoas. Mas será que você está sendo remunerado corretamente pelo risco que enfrenta?
Muita gente nem sabe que tem direito ao adicional de periculosidade, um valor extra no salário garantido pela CLT para compensar atividades perigosas. Outros já ouviram falar, mas não sabem como funciona, se se aplicam ao caso deles, ou como cobrar da empresa.
Se você desconfia que está em uma situação de risco e nunca recebeu esse adicional, ou acha que o valor está errado, este artigo é pra você.
Aqui, vamos explicar de forma clara, sem juridiquês, tudo o que você precisa saber sobre o adicional de periculosidade: quem tem direito, como funciona, quanto vale, como comprovar e o que fazer se a empresa não paga.
📌 O que você vai aprender aqui:
- O que é adicional de periculosidade
- Quem tem direito a receber
- Como o adicional de periculosidade funciona
- Profissões com direito à periculosidade
- Qual o valor (e como calcular)
- Diferença entre insalubridade e periculosidade
- Como comprovar o direito (laudo técnico)
- O que fazer se você não recebe
- Como cobrar na Justiça
🔥 1. O que é o adicional de periculosidade?
O adicional de periculosidade é um valor extra que deve ser pago ao trabalhador que realiza atividades com risco direto à vida ou à integridade física.
Ele é um direito garantido por lei (art. 193 da CLT) e serve como forma de compensar financeiramente o trabalhador que, todos os dias, enfrenta situações perigosas no seu ambiente de trabalho.
Esse risco não precisa ser apenas evidente, como estar ao lado de explosivos. Muitas vezes, o perigo é constante, mas invisível — como o risco de choque elétrico, acidentes com moto, exposição a combustíveis inflamáveis ou confronto armado.
✅ Em resumo:
Se o seu trabalho envolve ameaça real e contínua à sua segurança, você tem direito a receber 30% a mais sobre o seu salário-base, como forma de proteção e valorização do seu esforço.
💬 Exemplo real: Um vigilante que trabalha armado ou um motoboy que enfrenta o trânsito diariamente têm o mesmo direito, mesmo que o perigo nem sempre se concretize. O que importa é o risco constante.
🛡️ 2. Quem tem direito ao adicional de periculosidade?
Tem direito todo trabalhador CLT que atua em uma função com risco real à vida de forma frequente e habitual — ou seja, o perigo faz parte da rotina.
👇 Veja quem geralmente tem direito:
- Motoboys e mototaxistas
- Vigilantes armados
- Frentistas de postos de gasolina
- Eletricistas de redes energizadas
- Seguranças patrimoniais
- Trabalhadores em áreas com explosivos ou inflamáveis
- Técnicos em eletricidade e subestações
📌 O direito não depende do nome do cargo, e sim do que você realmente faz no dia a dia.
⚙️ 3. Como o adicional de periculosidade funciona?
O adicional é obrigatório por lei e deve ser pago mensalmente, enquanto durar a exposição ao risco. Ele representa 30% do salário-base do trabalhador — e não do salário mínimo.
🧮 Exemplo prático:
Se você recebe R$ 2.000 de salário-base:
- Adicional: R$ 600
- Total do salário com periculosidade: R$ 2.600
⚠️ A empresa não pode substituir esse pagamento por benefícios ou bônus.
👷 4. Profissões com direito à periculosidade
Veja algumas funções que, com frequência, dão direito ao adicional:
- Motoboys e entregadores por moto
- Frentistas em postos de combustíveis
- Vigilantes armados ou que transportam valores
- Eletricistas que trabalham com redes energizadas
- Seguranças em áreas de risco
- Trabalhadores que manuseiam produtos inflamáveis ou explosivos
- Operadores de caldeiras e subestações elétricas
⚠️ Importante: não é o cargo que define o direito, mas a atividade que você realmente exerce.
💰 5. Qual o valor do adicional e como calcular?
O cálculo é direto: 30% sobre o salário-base (sem considerar benefícios, comissões ou horas extras).
Salário-base | 30% de periculosidade | Total com adicional |
---|---|---|
R$ 1.500 | R$ 450 | R$ 1.950 |
R$ 2.000 | R$ 600 | R$ 2.600 |
R$ 2.500 | R$ 750 | R$ 3.250 |
✅ O percentual é sempre fixo: 30%. Se a empresa pagar menos, está errada.
📌 “Desconfia que está exposto a risco e não recebe nada por isso? Procure orientação especializada e conheça seus direitos.”
⚖️ 6. Diferença entre insalubridade e periculosidade
Característica | Insalubridade | Periculosidade |
---|---|---|
Tipo de risco | À saúde (ex: poeira, vírus, ruído) | À vida (ex: explosão, arma, moto) |
Base de cálculo | Salário mínimo | Salário-base |
Percentual | 10%, 20% ou 40% | 30% fixo |
Pode receber ambos? | Não. Deve escolher o mais vantajoso | Não. São exclusivos |
🎯 Se tiver direito aos dois, o trabalhador deve escolher o que gera maior valor.
📄 7. Como comprovar o direito: laudo técnico
O pagamento do adicional deve ser baseado em um laudo técnico de periculosidade, elaborado por:
- Engenheiro de segurança do trabalho ou
- Médico do trabalho
Esse documento avalia se a função oferece risco, com base nas normas do Ministério do Trabalho.
Você pode solicitar uma cópia à empresa. Se ela se recusar, é possível conseguir isso durante um processo judicial, por meio de perícia técnica.
📌 O laudo é uma peça chave para garantir seus direitos.
❌ 8. O que fazer se você não recebe?
Infelizmente, muitas empresas ignoram esse direito — mesmo quando o risco é evidente.
📋 Passo a passo para agir:
- Solicite o laudo técnico no RH
- Converse com seu sindicato (se houver)
- Reúna provas do seu trabalho (fotos, vídeos, descrição de tarefas)
- Guarde holerites e contracheques
- Procure um advogado trabalhista
✊ Você pode exigir o pagamento retroativo de até 5 anos, mesmo após sair da empresa.
⚖️ 9. Como cobrar na Justiça do Trabalho
Você tem direito de cobrar judicialmente o adicional se ele não estiver sendo pago corretamente.
Documentos importantes:
- Carteira de trabalho
- Holerites e comprovantes de salário
- Relatos das funções realizadas
- Provas do ambiente perigoso
- Testemunhas (se possível)
Você pode entrar com a ação em até 2 anos após o fim do contrato de trabalho.
🧑⚖️ A Justiça pode exigir perícia técnica no local, o que fortalece sua chance de vitória.
✅ Conclusão: você tem direito, e pode exigir
Se o seu trabalho coloca sua vida em risco, o adicional de periculosidade é um direito seu — e não um favor da empresa. Ele existe para reconhecer o perigo e compensar, de forma justa, a sua exposição diária a situações perigosas.
Neste artigo, você aprendeu:
✔️ Quem tem direito ao adicional
✔️ Como o valor é calculado
✔️ Quais funções envolvem risco
✔️ Como comprovar o direito com laudo
✔️ O que fazer se não estiver recebendo
✔️ Como cobrar seus direitos na Justiça
🛠️ Não aceite menos do que a lei garante. O conhecimento que você tem agora é o seu maior aliado.
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